segunda-feira, 20 de maio de 2013

BRASÍLIA 50 ANOS

Galera do 3º Ano,

 O governo de JK e a construção de Brasília são temas do nosso conteúdo neste Bimestre. É um assunto bastante interessante que tenho certeza que vocês irão gostar muito! Confiram:

 O Tema É: Brasília - 50 anos Num contexto de grandes transformações sintetizadas pelo Plano de Metas, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, inaugurou Brasília em 21 de abril de 1960. Inspirado nos movimentos artísticos e culturais da época, como a Bossa Nova e o Concretismo, o presidente assume o compromisso de transformar o Brasil; torná-lo moderno. O "plano piloto" desenvolvido por Lucio Costa e Oscar Niemayer foi inspirado na arquitetura de Le Corbusier. A escolha pelo estilo concretista pode ser compreendida como interlocução ao projeto modernizador do presidente JK. Dessa forma, a cidade de Brasília se caracteriza por ser um espaço modelado na prancheta, com atributos singulares, construída no Planalto Central, numa área relativamente desocupada. Brasília seria um impulso a ocupação dessa região de Cerrado, incentivando o desenvolvimento e a integração com o restante do país. Nesse espaço, o intento não se limita a retornar ao contexto dos anos 1950, mas também compreender Brasília em múltiplos Planos. Fonte: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=205

Sugiro os seguintes links para conhecer mais a respeito desse tema:

 -Para informações gerais: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.phpconteudo=429

 -Para áudios:
 http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=238

 -Para imagens:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=223

 -Para trechos de filmes:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=240

 -Para artigos:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=239

 -Para conteúdo interativo: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.phpconteudo=236
 
-Para notícias:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=227

-Para vídeos:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=241

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Coronel Hermógenes



Hermógenes era coronel e chefe político de Cerro Azul e cercanias. Na época compreendia as terras do Município de Bocaiúva do Sul, Tunas do Paraná, de todo o vale do Ribeira e grade parte da região do Assunguy. Eram milhares de alqueires que estavam sob o tacão desse coronel que tinha por seu “quartel” e residência o sobrado de esquina na Rua Marechal Deodoro com a Praça Monsenhor Celso (atual Lanchonete Skinão). Segundo se conta, Hermógenes era um homem rude, violento, rodeado de fieis peões e antigos escravos, a seu mando.

CORONELISMO NA VILA DO SERRO AZUL
Em 1894, o político mais famoso da Vila do Serro Azul era o “coronel” Hermógenes Antonio de Araújo. Naquele tempo o coronel era uma figura muito importante, pois a maior parte das pessoas morava no campo e dependia dos coronéis (donos das fazendas) para sobreviver. O coronel era poderoso: controlava o voto da sua gente (o voto de cabresto). Hermógenes era aliado político de Vicente Machado, governante do Paraná na época. No interior de Serro Azul vivia um imigrante alemão chamado Henrich Henning, que trabalhou como mestre de obras na construção da Catedral Metropolitana de Curitiba. Ao se desentender com o Pároco, Padre Alberto, veio para Serro Azul disposto a recomeçar sua vida. Quando Vicente Machado abandonou Curitiba (ele tinha saído da cidade porque os maragatos gaúchos de Gumercindo Saraiva tinham invadido Curitiba durante a Revolução -ou Revolta- Federalista) rumo à cidade de Castro, passou pela Vila do Serro Azul. Em sua comitiva estava o Padre Alberto, que passou alguns dias hospedado com Padre Celso César Itiberê da Cunha (o futuro Monsenhor Celso). No caminho a comitiva passou por Henning, que ridicularizou a “retirada estratégica” das forças da legalidade. Passados alguns dias, Padre Alberto seguiu pelo mesmo caminho e também encontrou com Henning, disposto a cobrar uma dívida da época da construção da Catedral. Como não chegaram a um acordo, Henning deu uma surra no padre, que depois de alguns dias se encontrou com Vicente Machado. Quando retornou a Curitiba, este chamou Hermógenes e contou o acontecido, exigindo “a cabeça” do alemão. Hermógenes atendeu ao pé da letra: contratou um bandido da região de Votuverava (hoje o município de Rio Branco do Sul) chamado Diamiro Furquim. Diamiro reuniu seu bando e armou uma tocaia para Henning, que acabou assassinado! Sua cabeça foi cortada e diz a lenda que foi entregue a Hermógenes durante uma festa em sua casa. Os “feitos” de Hermógenes ficaram famosos, originando várias histórias fantásticas que alimentam a imaginação do povo da região.

Fonte: DESTEFANI, Cid. A cruz do alemão. Curitiba, 1894

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Conta-se que a cabeça de Henrique Henning, assassinado por ordem de Hermógenes, foi enterrada na própria casa nos fundos do quintal, próximo a um forno. Hoje no local está o posto de gasolina de Marcelo e Sérgio Beira. O corpo foi enterrado no local do crime com uma cruz marcando o lugar, ficando conhecido o local pela expressão “A Cruz do alemão”.

Outra versão popular diz que Hermógenes enviou a cabeça a Vicente Machado, em Curitiba. Nesta ocasião atendeu a empregada da casa. Disse o capataz que tinha um presente a entregar ao Presidente do Paraná. Quando Vicente Machado abriu a saca, lá estava a cabeça do alemão Henning em estado de putrefação. Foi quando o Presidente disse que havia falado em tom de brincadeira e pediu ao capataz que voltasse com o embrulho trágico. Chegando a Serro Azul, foi sepultada nos fundos da casa onde morava o Coronel Hermógenes, ou seja, onde hoje está o Posto de Gasolina.

Dizem que Hermógenes teve uma morte de sofrimentos angustiantes. Acometido de “fogo selvagem”, conhecida por febre de pênfigo, agonizou por semanas na cama sob um lençol, nu, seu corpo acometido pela febre alta, pedindo para que jogassem água nele. Faleceu em 1914 e foi enterrado no Cemitério de Cerro Azul. 

Outras histórias do Coronel Hermógenes

-Certa vez, entrou em atrito em questão política com Ricardo Emygdio Ribeiro (natural de Catas Altas, São Paulo, casado com Adélia Heidegger e morador de Cerro Azul) que exercia a prática de advocacia, “rábula”. Hermógenes mandou prender Ricardo, que foi montado num burro e escoltado pelos seus capangas, passando pelo meio da Praça Monsenhor Celso, com direção ao lugar chamado de “Ameixeira”, onde era o “matadouro” de Hermógenes (colocava-se uma corda amarrada com uma pedra no pescoço da vítima e se jogava a pessoa no Rio Ponta Grossa). Neste meio de tempo, pessoas que viram Ricardo amarrado pelas mãos, escoltado e seguindo para a execução a “mandus militares”, avisaram Jacinto Bassetti, que era delegado de polícia da cidade. Jacinto Bassetti veio ter com Hermógenes um entendimento e frisou: Se o “Seu” Ricardo não aparecesse correria bala. A praça “qualhava” de pessoas amigas e Bassettis armados. Hermógenes, mais que depressa, mandou a galope um de seus sacropantas buscar Ricardo, lá chegando na última hora. Devolvido Ricardo, o clima político voltou a normalizar-se.

-Certa ocasião um casal de lavradores estava casando na Igreja Católica. Ao sair, os capangas de Hermógenes mataram o noivo a pedradas na praça da cidade.

-Hermógenes era dado a brincadeiras de mau gosto, contava o saudoso Professor Moacir Bassetti. Certo dia apareceu um moço vestido de branco na cidade, todo aprumado, impecável com seu traje. Ele obrigou o moço a montar um cavalo pesteado com ferimentos, em pêlo, e dar uma volta na cidade. Ao descer, seu traje branco estava sujo de sangue das feridas do animal.

-Contam histórias de seu túmulo no Cemitério, amarrado com correntes grossas de ferro. Essas correntes chegavam a estremecer. Foram benzidas para que o efeito passasse.

-Nos dias de Hermógenes a sociedade cerroazulense viveu momentos tensos que ficaram gravados na consciência coletiva da sociedade nascente e que perduraram até os nossos dias.

-O contraditório acontece, expressou o Prof. Aderbal Luiz da Rosa: caboclos simples queriam saber se era este ou aquele o túmulo de Hermógenes, admirados dessas histórias, contadas e recontadas. Então perguntavam na sua simplicidade da linguagem da região “é esse o túmulo do MONGE?” (Frade ou religioso de mosteiro).

Fonte: texto de Vania de Moura e Costa, adaptado do livro "A Cruz do Alemão", de Cid Deren Destefani e do estudo "Acordem Cerroazulenses, de Ruy Vilella Guiguer